29/05/2011

Parte 11


CHEGADA DOS IRMÃOS DE EMANUEL

Algum tempo se passou e Emanuel vendeu o sítio em que vivia com a família, incluindo o armazém. Com o dinheiro, comprou um pequeno terreno na parte alta da cidade (Rua Marechal Deodoro com Aquibadan) e, como tinha habilidade para qualquer tipo de trabalho, com a ajuda do sogro e dos cunhados construiu uma casa confortável e um novo armazém.

Ja havia algum tempo que seu irmão Domingos viera da Itália. Como era marceneiro, foi incumbido de fazer os móveis para a nova casa de Emanuel. Domingos casou-se com a jovem Josefina Miceli, por coincidência com o mesmo sobrenome de sua família. Daí surgiu a família Miceli Miceli.

Os pais de Josefina possuíam uma chapelaria na Av. São Carlos. Ela tinha dois irmãos, Bartolomeu e Fortunato, que se mudaram para Araraquara logo após o falecimento de seus pais. Nessa cidade continuou a descendência dos Miceli.

Domingos abriu um armazém na Av. São Carlos e com a esposa Josefina teve quatro filhos: Antonio, Rosa, Ítalo e Olga. Depois de algum tempo, Domingos e Josefina regressaram para a Itália e se corresponderam com minha família até suas mortes. Os quatro filhos não quiseram acompanhar os pais e mudaram-se para os Estados Unidos.

Além de Domingos, também vieram para o Brasil outros dois irmãos de Emanuel, Tomáz e Francisco, que logo voltaram para a Itália. Outro irmão, Rafael, chegou ao Brasil trazendo consigo dois filhos menores, Antonio e Francisco. Seu desejo era se estabelecer para depois buscar a esposa que havia permanecido na Itália. Infelizmente não pôde realizar seu objetivo, porque faleceu na época da febre amarela. Seus filhos, então, ficaram sob os cuidados dos tios e, mais tarde, mudaram-se para Araraquara, onde se casaram.


A PRIMEIRA FILHA DE ELVIRA E EMANUEL

Deus abençoou a nova casa de Elvira e Emanuel com o nascimento da primeira menina, tão esperada, em 24/01/1896. Ela recebeu o nome de Rosina, em homenagem à sua avó paterna. Seus padrinhos foram seu tio Domingos, irmão de Emanuel, e Josefina Pugliese, uma parente distante.

No dia de seu batizado, a família ofereceu uma grande festa e enfeitou a casa toda. Polycarpo, irmão de Elvira, trouxe a banda da qual era regente para animar a comemoração. Emanuel transbordava de alegria e distribuía doces para as crianças da rua. Pares valsavam alegremente, havia comida farta, com sanduíches, polenta e linguiça assada na grelha.

Eis que no melhor da festa surgem dois policiais perguntando pelo dono da casa. Esclareceram Emanuel de que estavam ali porque receberam uma reclamação da vizinha de sua casa, que queixava-se por estarem atirando pedras em seu telhado. Mas tranquilizaram a todos, dizendo que já estavam observando a movimentação há mais de uma hora e não notaram nenhuma irregularidade. Informaram que não iriam mais incomodá-los e, portanto, a festa familiar poderia continuar sem problemas. Agradecido pela gentileza dos policiais, Emanuel os convidou para comer alguma coisa e tomar umas cervejas.

Logo que os policiais se retiraram, porém, um grupo de rapazes, comandados por HERMENEGILDO, resolveu se vingar da calúnia lançada pela vizinha e atiraram pedras no telhado da coitada até o dia raiar!

Essa vizinha, Dona Maria, uma senhora portuguesa, tinha por hábito reclamar de seus vizinhos na delegacia. Certo dia, o delegado se cansou das queixas e a aconselhou a mudar-se para uma casa no meio do mato, já que ela não poderia ser vizinha de ninguém. E, assim, ela deixou de perturbar a tranquilidade da família de Emanuel.